A partir do momento em que a “Terra da Vera Cruz” foi avistada, em 22 de Abril de 1500, medidas dolosas e atos de autoritarismo perpetrados, tanto pela elite política quanto pela elite religiosa, têm permeado as relações entre os indivíduos da terra. Assim, a corrupção, no Brasil, é uma conduta que passou a fazer parte da vida cotidiana das pessoas desde cedo. No entanto, a situação se tornou ainda pior quando as fraudes cometidas pelos nossos representantes, ou até mesmo por cidadãos comuns, começaram a ser vistas como corriqueiras, ou seja, estabeleceu-se a banalização da corrupção. Somando-se a submissão popular frente às mazelas cometidas pelos políticos mais o descaramento dos governantes em realizar atos fraudulentos, chegamos ao resultado que vemos, hoje, na sociedade: a institucionalização da corrupção.
E é na época da libertação do Regime Militar, 1985, que corruptores e corrompidos deram as mãos para selarem os laços que acorrentam a população até hoje. Quando da confecção da nova Constituição, em 1988, a abertura política que ela gerou, ao invés de proporcionar benefícios ao povo, deu brechas para que candidatos mal intencionados usassem-na em vantagem própria, aproveitando da boa-fé dos eleitores, o que, por fim, culminou na ação mais audaciosa em nível de má-fé, jamais vista no país: o famigerado Mensalão.
Quando medidas foram tomadas para tapar as “fendas” das leis da nova Constituição, as quais permitiam que fraudadores se enveredassem pelos caminhos da corrupção, oportunistas de plantão, como Fernando Henrique Cardoso e aliados peessedebistas, criaram o processo de “abafamento” dos golpes dados por eles. É neste momento que o Mensalão começa a entrar na pauta e traçar seu itinerário, o qual chegará até as portas do “Governo Lula”, que segue a mesma cartilha tucana, mas que explodirá como uma bomba em suas mãos.
O escândalo dos mensaleiros (Caixa-Dois) inicia-se quando os Deputados João Maia e Ronivon Santiago teriam recebido propina para votar a favor do projeto de reeleição de FHC, entre outros que ganharam as malfadadas “maletas”, cujo então Presidente da República dissera que eram “apenas presentes”.
No fim, para evitar a cassação, os envolvidos renunciaram a seus mandatos, e os casos foram arquivados. Na troca de gestão, do “Governo FHC” para o “Governo Lula”, o Mensalão apenas mudou de partido mas, como dito antes, seguiu à risca a mesma cartilha, e com toques de “maestria” e ousadia, foi intensificado, graças à negligência e incompetência de nossos tribunais em julgar atos de corrupção vindos do alto escalão do poder.
Com Luiz Inácio “Lula” da Silva, o Mensalão estendeu seus tentáculos para vários serviços, até que estourou e respingou suas manchas dentro do núcleo petista, o qual tinha como personagens José Dirceu, Silvio Pereira, José Genoíno, Delúbio Soares, entre outros, fazendo o papel de malfeitores do esquema. Por fim, desde a época da abertura política, após o Regime Militar, Tucanos e Petistas vêm aproveitando das lacunas que as leis da Nova Constituição dão, e, assim, por meio delas, maquinam seus atos escusos.
O Mensalão, com menor ou maior intensidade, sempre existiu, para peessedebistas e petistas. Apenas, trocaram-se as siglas partidárias para aproveitarem do esquema, mas a cartilha da corrupção é a mesma. E ela continuará a fazer parte do “projeto pedagógico dos políticos corruptos”, enquanto nossas leis não forem revistas e nossos tribunais de justiça forem inoperantes e submissos à vontade dos representantes corrompidos e corruptores do poder.